18/04/06

pássaros...


Ouvir a tua voz,
a sonoridade da tua voz no meu ouvido....
meu amigo, meu companheiro de diabruras...
enche todo o meu ser de alegria...
alegria dos pássaros que cantam
aos primeiros raios da alvorada,
em alegres chilreadas
e
dando as mãos
corremos livremente
prado fora,
cabeça ao vento,
rindo como eles
e
com eles....os pássaros!!!
Foto de Olhares

16/04/06

voar

Como a gaivota
o meu espírito voa livremente....
assim ao vento...

sem rumo, sem peias nem amarras,
nem horizontes limitados....
Vem comigo,

estendo-te a mão e juntos,
ensino-te a voar...

13/04/06

correntes...

Como os rios correm para o mar,
esse mar azul imenso
por onde espraio o olhar e te vislumbro
em tons normalmente prateados,
mas hoje especialmente hoje,
em que estás redonda como se foras um queijo da ilha,
dourados, mas reflectidos...
reflectindo as correntes de remoinhos

onde os peixes brincam nas águas transparentes.
Hoje, enquanto unimos as corrrentes de luz
fluindo nos canais invisíveis mas tão reais,
criando a força para que as dificuldades se superem...

11/04/06

pó de estrela

Sou uma pequena partícula voando...
vim da estrela que brilha e orienta os caminhantes,

aquela lá brilhante a que chamam alva....
voei pelo escuro até à luz azul e dourada do sol
passei pelo infinito

de planeta em planeta
e caí aqui neste ...
a que chamam Terra!
aqui fiquei
porque encontrei o mar
e
entre as suas ondas me perdi...
elas enrolam-me, brincando de carrocel...

esquecidas eu e elas
num vai e vem, vem e vai,
num constante rodopiar....
quais crianças que com as suas pequenas e delicadas mãos nos prendem,

e
connosco brincam também alegremente.

10/04/06

...

...Percorro as ruas do meu sentir
uma vez e outra
e olho encantada
para o gesto que lá ficou encalhado
vincado, marcado
à espera que outro gesto se lhe junte de novo...

07/04/06

esperança

Os dias atribulados
trazem em si
a noite
com o seu manto
bordado de estrelas...
em que os corpos exaustos repousam
as mentes se libertam
e...
sonham!

06/04/06

o que trazemos e o que levamos

Você vem ao mundo
sem coisa alguma
Assim, uma coisa é certa:
nada lhe pertence
você vem absolutamente despido,
porém, com ilusões.
É por isso que toda criança
nasce com as mãos fechadas, cerradas,
acreditando que está trazendo tesouros
- e aqueles punhos estão vazios.
E todos morrem com as mãos abertas.
Tente morrer com as mãos cerradas
- até ao momento ninguém conseguiu.
Ou tente nascer com as mãos abertas
- ninguém conseguiu também.
Nada lhe pertence
então está preocupado com que insegurança?
Nada pode ser roubado,
nada lhe pode ser tirado
tudo o que está usando
pertence ao mundo.
E um dia terá que deixar tudo aqui.
Não será capaz de levar coisa alguma consigo...

Osho do livro "Mais pepitas de Ouro"

05/04/06

Quanto mais íngreme o caminho,
maior o explendor que se avista...

degraus

Dentro de mim existe um mundo de amor para dar...
dar o que a mim me foi dado também
fazendo a caminhada, subindo os degraus da vida
encontro
tanta carência
por quem o posso distribuir...

02/04/06

Assaltam-me lembranças de outros hojes
em que era borboleta flutuando em teus braços
em teus abraços
em teus lábios....
em teus olhares doces, ternos e prolongados
em que me perdia
em que me aninhava,
e de tudo o resto me esquecia...

em que toda eu a ti pertencia
sem nada pedir
sem nada querer
sem nada exigir
apenas amar e ser amada!
Procuro um tempo
um outro tempo
porque este tempo, não quero
e espero
que venha o tempo
e tenha tempo
de ver um tempo
um outro tempo
aquele tempo
que eu quero!

01/04/06

olhares... 2

Estávamos em Maio.
O dia amanheceu sorridente. O céu azul sem nuvens. Apenas uma ligeira brisa agitava as folhas das árvores que estavam já com flores de variadas cores, fazendo com que um zumzum de abelhas se ouvisse no ar...
Era um dia igual a tantos outros, um dia de Primavera de Maio. As roseiras estavam já a deliciar os olhares com as suas rosas multicolores. Toda a natureza sorria desdobrando-se em tons dos mais diversos espalhando no ar aromas que nos deleitavam os sentidos.
A meio da tarde, e de repente, sem que nada o fizesse antever, o céu começou a ficar cor de laranja. Olhávamos à volta e tudo estava dessa cor, como se um enorme manto fosse estendido em toda a natureza. Eram as casas, as árvores, as pessoas, até o papagaio cinzento, ficou de repente alaranjado. A natureza calou-se. Um silêncio tumular, como se alguma coisa estivesse prestes a acontecer.
O céu passou de laranja a vermelho, de vermelho para amarelo, de amarelo de novo para vermelho. Tudo se vestiu agora de uma luz irreal, vermelha de sangue. As aves pararam de chilrear. As abelhas calaram-se. As pessoas calaram-se...tudo ficou silencioso...
De repente o céu abriu-se em mil luzes rompendo o firmamento, em mil raios. O ribombar dos trovões era assustador...Parecia que ia desabar o mundo, mas nem uma gota de água caiu!
Fiquei à janela apreciando o espectáculo maravilhoso com que a Natureza pródiga me queria brindar.
Isto durou bem umas duas horas.
De repente, tal como tinha começado, assim tudo acabou! As cores voltaram ao normal! os passarinhos voltaram a cantar, as abelhas a zunir, o papagaio acinzentado, só as pessoas estavam demasiado assustadas para falar, apenas balbuciavam interrogando-se o que teria sido aquilo!
Só eu tinha fico de janela aberta, a apreciar o espectáculo que ainda continua vivo no meu pensamento, preso na minha retina, apesar de terem passado alguns anos!