28/01/07

dúvida...


Aqui, onde o rio tempera o mar.
com os sabores da terra..,
com sentires de paz e guerra..,
cresce a dúvida que me faz meditar...
se o rio é braço de mar que pela terra avança...
ou será o mar, um rio que a terra toda alcança...
Agradeço a R.

21/01/07

dualidade nos contrastes...


O verde frágil revestindo o azul forte...
A natureza ágil recusando a aridez da morte...
A vida subtil que a fria rocha faz fértil.
Num azul céu que da esperança faz véu...
agradeço a gentileza de R.

16/01/07

palavras à solta...5


Palavras que saem a duas vozes...
...colorindo...

Sussurro...
pinta-me de ti
faz-me ter côr

...então eu pego no amarelo e pinto o meu coração
e o teu
de azul os nossos corpos
de vermelho a nossa paixão
eu sou azul céu
tu azul mar
entre nós o amarelo do sol
e salpico de mil cores nossos sentires
aninha-te em mim..
como o sol se aninha no mar
que eu nasço em ti.. como o mais lindo luar
de mil nuances nossos desejos
fico a olhar para o nosso sentir...
e as cores com que o pinto
e fico maravilhada…
reinvento
novas cores
nuances
amores...
beija-me
como o sol beija o mar

beijo-te como a onda beija a areia
espraia-te em mim
estende-te em mim
e desfaço-me em azul
ou branco da espuma que te beija

sou mar que se imola nas rochas...
para que possa ser gota que te beije a face
imolo-me não para morrer
mas sim para nascer

assim sim
para renascer em ti
para renascer em mim

em ti me renovo
e renasço
em ti me descubro e me enlaço
minha tela, meu traço
multicolor
enquanto me abraças
eu te pinto o traço
colorindo de mil cores
brincando...


foto de olhares

09/01/07

ausências...


Hoje deparei com este excerto da Sophia que tanto admiro, que povoa a minha imaginação de criança, o meu mundo tão só meu e que aqui trago hoje para partilhar

“Num deserto sem água
numa noite sem lua
num país sem nome
ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua”.

...e dei por mim a deixar abrir a fenda por onde passam as recordações...
as recordações do nosso amor.
Aquele pleno, onde todas as outras pessoas se diluiam e tu eras o sol absoluto, num firmemento onde só tu brilhavas e todas as outras estrelas eram de segunda grandeza. Onde ficávamos unidos mum abraço profundo, completamente esquecidos do resto do mundo!
Assim esquecidos...assim abraçados...assim saboreando... assim inebriados... assim...Lembras-te? Será que guardas dele alguma recordação?
Será que a Sofia sabia também, o viveu também, o sonhou, o idealizou, pois sobre ele, cantou!?
Será que ela também sabia...?????
foto R.

02/01/07

das crianças...


Cruzo as minhas mãos no teu ventre
confiadamente
sonhando um dia ter nele um fruto nosso
e assim ficamos olhando o horizonte que nos pertence
nos prende
nos seduz
nos surpreende
nos conduz
sonhar beijá-lo no dia a dia
em que cresce
deitar-te junto ao mar
e com a minha mão em concha
o mar à nossa vida levar!
Vamos fazer uma criança feliz!...
é tão fácil fazer uma criança feliz!
mas os pais incutem logo nas crianças a ânsia do ter
e elas depois crescem assim...
infelizes porque não têm.
Esquecem-se de ser
educar um menino é algo de muita responsabilidade
é apenas um acto de amor
e não deixar que a criança que um dia fomos, morra
mas sem ser um chavão
é uma coisa que temos que entender
sentir
uma cumplicidade única
e entender que uma criança é um outro ser
independente de nós
na sua complexidade
na sua diferença saudável
a nossa parte é orientá-la
dar-lhe condicões para...
amá-la e dar-lhe asas para voar
ser terreno fértil
onde ela possa florir
livre...
sempre livre
e feliz
entendendo a vida como é
sabendo que tem em nós um porto seguro..
que protege sem asfixiar
que é amigo que ouve
que entende
que compreende
que escuta
sem preconceito
que ensina
que comunica
por gestos
atitudes
com um simples olhar...
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