14/04/14

Sementes de Abril



Quando nasceste
Trazias em ti a semente da liberdade
Liberdade de dizer
Liberdade de fazer
Liberdade de descobrir
Caminhos há muito fechados.
O solo estava fértil, sequioso, ávido
Para te acolher
E tu germinaste
Abriste-te em flor
E foste
Música há muito calada
E foste obra
Há muito censurada
E foste criança
Estendendo braços
Há muito dobrados
E foste rio, mar
De gente
Que em praças, largos
Ruas, avenidas
se manifestava
e foste pão, paz, escolas, estradas
abertas, escancaradas à evolução.
E foste tanto,
E deste tanto
E fizeste tanto
Homem Grande
E inimigos também
Estes, de morte,
Que por todos os meios
Te procuram calar
Silenciar
Abafar
Atrofiar
Aniquilar
Atolar
Sufocar
Pouco, a pouco
Lentamente
Para que te não possas defender
E agora,
Jovem adulto
Te vemos aos poucos morrer
Sem que àqueles que te deram vida
Seja possível falar
Na casa a que chamam da democracia,
Que ajudaste a criar.
que as sementes que geraste
Voltem a germinar
E corram para bem longe
Com aqueles que te querem
De vez, matar!

04/04/14

:)

Boa tarde cordeirinho
disse, em hora de descansar
dormindo a sesta
protegido pelo belo pomar.
- quem és tu, perguntou ele, que me vens desassossegar?
- Apenas uma amiga,
que te quer fotografar.
olhou para mim, com tão terno olhar
que não resisti
e o trouxe

para vos mostrar.