24/01/08

milagre...


Livre e descuidada, a menina curiosa, observava tudo e todos à sua volta e questionava-se.

Ainda não era capaz de juntar aqueles sons todos que ouvia e lhe eram dificeis de entender.

Olhava com toda a atenção para as outras crianças maiores que mexiam os lábios e mexia os seus, embora sem qualquer sentido prático.

À medida que ia juntando acordares, os sons começaram a fazer-lhe sentido. Experimentou pedir ajuda à língua, aos lábios, à garganta aos seus dentinhos mágicos e...o milagre da fala nasceu!

Que alegria, que liberdade, que prazer equilibrar-se nos sons, experimentar o espanto na cara dos adultos...a menina fala, olha que linda, olha o biquinho dela.

Finalmente já podia perguntar as coisas que lhe bailavam na mente e estavam por ali guardadas à espera de sairem.

E perguntava, perguntava, mas...Esta alegria seria sol de pouca dura. Os adultos não gostavam de perguntas.