Por cima dos canteiros onde os pais cultivavam os mimos para a sua subsistência havia sempre uns seres que a menina achava imensamente engraçados, por tão ridículos.
Não eram assim de pele como ela e as outras crianças, mas sim feitos de palha, os braços e as pernas eram de pau e sempre com um chapéu, também feito de palha, na cabeça. Pensava a menina que fosse para se protegerem do sol e da chuva pois que permaneciam imóveis dias e dias...
Ela costumava ficar por ali admirando aqueles seres bizarros. Os pássaros vinham em bandos namorar as “novidades” verdinhas e viçosas e poisavam em cima destas figuras tornando-as ainda mais estranhas.
Um dia a menina perguntou à mãe:
- Mãe, para que servem estes seres, por ali sempre imóveis nos canteiros?
A mãe sorrindo respondeu:
- São para afugentar os pássaros.
- Então porque pousam os pássaros neles? Parecem ter pouco medo- respondeu a menina.
- Sabes, os pássaros são sábios.
Eles sabem que são apenas figuras de palha. Pela vida fora irás encontrar muitas figuras assim...
foto da net
14 comentários:
Levou-me à infância. Belo e educativo texto. Adorei.
beijinho
uma mensagem subliminar ao espantalho. gostei muito, teresa. um beijinho.
A mãe da menina fez juz à sabedoria dos pássaros do conto.
Aproveitou a curiusidade da sua filha para lhe transmitir uma "lição de Vida".
São assim as mães. É assim a autora desta história.
Com poucas palavras espanta(nos) com as suas reflexões e os seus conselhos.
Corações de palha.
Homens de palha...
E há tantos por aí!
Beijo :)
se há! de palha e não só.
gostei da simplicidade do texto.
beij
Uma historinha deliciosa, muito ao teu estilo.
Gostei, querida amiga.
Beijos.
Os espantalhos! Quando era menininha também os achava esquisitos... E também via os pássaros poisados neles.
Adorei recordar a infância.
Um beijo.
Recuei na infância. Apesar de achar que eram e são criaturas estranhas, são inofensivas. Limitam-se a desempenhar o papel de afuguentarem as aves. Já outros, os - difarçados -, esses são temíveis, porque, hegocentricamente, afuguentam um dos nossos bens mais preciosos. A paz e a harmonia. Gostei muito,uma belissima história de reflexão. Beijos, Teresa
que bonitas estórias tu vais um dia aos teus netos :)
era uma vez...uma nuvem de algodão doce, que gostava de escrever histórias de encantar para adormecer os anjinhos que viviam na terra :)
brisas doces para ti*
Querida amiga, reli e continuei a gostar imenso.
Beijos.
da sabedoria ancestral. os espantalhos entretanto ganharam vida.
e "andem" por aí.
alegoricamente.
...
:)
gosto .
beijo.
gosto.
beijo.
Bill disse:
E assim, pelos caminhos... encontramos figuras de palha a queimar as horas.
Doce e belo... Um olhar sobre os dias... que vão além do olhar.
Beijo querida Teresa e doce semana.
espantalhos e gigantones, os cabeçudos de portugal
:) belo título!
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