Costumo ser convidada para escrever um artigo de opinião para o jornal daqui da terra, o que acontece com a periodicidade de um por mês. Nunca aqui publiquei nenhum desses artigos, mas hoje, e por indicação de amigos cuja opinião estimo, publico este, saído no jornal de hoje, para ser apreciado também por vós que aqui passam e ao mesmo tempo, abraçar-vos a todos, nos meus votos de Bom Natal!
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"E como não devo escrever mais nenhum artigo antes do dia 25, gostaria de aqui endereçar os melhores votos a todos os leitores que ao longo do tempo vão tendo a gentileza e paciência de me lerem, e a todos os que tornam este Jornal possível.
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E porque é natal (ou será pela proximidade de eleições?) temos tido alguns dos “ilustres colegas escribas” nesta rubrica, a distribuirem alguns mimos uns aos outros, próprios da época, mas sem papéis nem laços porque preservam o ambiente e a ecologia, bem como o espaço público, que nesta quadra e depois da noite da entrega de prendas, deixam as redondezas dos contentores, autênticos depósitos, de um mundo que está cada dia que passa, mais vocacionado para o desperdício, para o superfluo, dando-nos uma panorâmica do nível do civismo deste nosso pequeno rectângulo, dizem alguns, à beira mar plantado.
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E porque é natal, o natal que querem transformar apenas em comércio e prendas mesmo que destituídas de qualquer sentido afectivo, talvez fosse a altura ideal para uma reflexão sobre o porquê de, numa altura em que a palavra crise anda na boca de todos, nas páginas de jornais, revistas e programas de televisão, e sentida de facto no seio de muitas famílias, nos empurrarem, aliciarem e empaturrarem com compras disto e daquilo, quantas vezes, coisas que nem sabemos depois, o que lhes fazer, mas tornando quem as não pode comprar, em prováveis ou muito prováveis, clientes de consultórios de psicólogos e afins.
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E porque é natal, esqueçam-se todas as empresas que fecharam ao longo do ano que passa lançando milhares de trabalhadores no desemprego e no desespero de não ter como sustentar a família, um governo que se dizendo a favor de quem trabalha e o sustenta, só fez o contrário, uma política de educação que levou a movimentações nacionais pouco vistas nos anos mais recentes, níveis de corrupção inusitados, processos que deveriam estar há muito concluídos mas que interessa que prescrevam, a vergonha nacional de tirar a quem já tem pouco para tapar autênticos roubos, sem que se faça justiça. Esqueça-se isso tudo e “embora lá, ver as luzes que é natal”!
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E porque é natal, vamos lá todos a fazer um esforço e ver as obras da Câmara Municipal que são muitas e estão lá. Mas... “a gente é que não vê...”
A todos um bom Natal!"
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E porque é natal (ou será pela proximidade de eleições?) temos tido alguns dos “ilustres colegas escribas” nesta rubrica, a distribuirem alguns mimos uns aos outros, próprios da época, mas sem papéis nem laços porque preservam o ambiente e a ecologia, bem como o espaço público, que nesta quadra e depois da noite da entrega de prendas, deixam as redondezas dos contentores, autênticos depósitos, de um mundo que está cada dia que passa, mais vocacionado para o desperdício, para o superfluo, dando-nos uma panorâmica do nível do civismo deste nosso pequeno rectângulo, dizem alguns, à beira mar plantado.
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E porque é natal, o natal que querem transformar apenas em comércio e prendas mesmo que destituídas de qualquer sentido afectivo, talvez fosse a altura ideal para uma reflexão sobre o porquê de, numa altura em que a palavra crise anda na boca de todos, nas páginas de jornais, revistas e programas de televisão, e sentida de facto no seio de muitas famílias, nos empurrarem, aliciarem e empaturrarem com compras disto e daquilo, quantas vezes, coisas que nem sabemos depois, o que lhes fazer, mas tornando quem as não pode comprar, em prováveis ou muito prováveis, clientes de consultórios de psicólogos e afins.
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E porque é natal, esqueçam-se todas as empresas que fecharam ao longo do ano que passa lançando milhares de trabalhadores no desemprego e no desespero de não ter como sustentar a família, um governo que se dizendo a favor de quem trabalha e o sustenta, só fez o contrário, uma política de educação que levou a movimentações nacionais pouco vistas nos anos mais recentes, níveis de corrupção inusitados, processos que deveriam estar há muito concluídos mas que interessa que prescrevam, a vergonha nacional de tirar a quem já tem pouco para tapar autênticos roubos, sem que se faça justiça. Esqueça-se isso tudo e “embora lá, ver as luzes que é natal”!
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E porque é natal, vamos lá todos a fazer um esforço e ver as obras da Câmara Municipal que são muitas e estão lá. Mas... “a gente é que não vê...”
A todos um bom Natal!"
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imagem da net
14 comentários:
por ser. por Seres.
seja natal ou assim assim.
pela ternura sensível e elegante que vais espalhando seja aqui ou por "aís" vários....
por seres uma linha clara claríssima de um pensamento esclarecido...
________________vim. ler e ser um pouco mais.
beijo.
até logo TB.
Sábado estou em Lisboa e vou ver as obras...
Cumprimentos
A vida continua, com ou sem Natal, com muitas ou poucas compras...
Naturalmente, vai gastar-se muito menos dinheiro, vai passear-se menos, vai minguar o lucro dos comerciantes, vai bradar-se aos céus, que a crise atinge muita, mas muita gente...
Mas, porque é Natal, vai olhar-se um pouco mais para a necessidade alheia, para os carenciados, para os pobres, para os sem-abrigo, para quem o ordenado mínimo é mesmo muito pouco para se sobreviver...
Passado o Natal, o mundo volta a olhar para a crise financeira, tentando travar uma coisa que parece inevitável: vamos ter de apertar o cinto um pouco mais, muito mais...
Cara Teresa,
Saindo do seu lirismo habitual, você escreveu um texto de muita lucidez e de crítica ao chamado "espírito natalino". É isso mesmo, cara amiga. No meu país é a mesma coisa. Por isso, à medida que vou envelhecendo, cada vez mais desgosto do Natal. Parabéns!
também concordo contigo.
achei o texto com uma realidade muito bem descrita.
fica bem...
um beij
gostei... o natal não devia ser desculpa, mas é!
obrigada pela visita
um abraço
luísa
E que o Natal acorde os "donos do Mundo"
Passei e espreitei ,li o teu texto e Felicito-te. Tudo o que aqui está escrito subscrevo e aplaudo. Não acrescento nada nem lhe retiro nada!!!Muito bem
Felicidades e Um Natal de Esperança luz e cor.
Natal ...é sempre que o Homem quiser...
Bom natal
:)) Estava a ver que não conseguia deixar aqui o meu coment...se bem que tu ja sabes :)) o que eu penso...
por isso só deixo que... gosto do natal...independentemente do que pensem os mais cepticos....de todo o consumismo desta época...blá blá blá...se esta época servir para adoçar mais os coraçoes das pessoas....as tornar mais solidárias...mesmo só porque é natal....já vale a pena :))
beijooooo ******
Olá! Um Bom Natal e um bom Ano de 2009 para ti e para os teus familiares. Beijos
E eu nem sabia que eras jornalista...
Gostei do artigo, mas a parte final... tenho uma opinião ligeiramente diferente.
Mas como é natal... não vale a pena falar nisso agora...
Boas festas, para ti e para a tua família.
Beijinhos.
No Natal mascaram-se hipocrisias, no Natal somos todos bons. Depois voltamos a ser humanos
Bj
T
T
T
T__________________:
obrigada!
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beijo.
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