Deixa sempre livre o que amas, dissera-lhe a mãe já lá iam uns bons anos, mas tão bem recordava ainda aquelas palavras.
Passava junto de uns simples mas belos malmequeres brancos e amarelos, sobre os quais esvoaçavam borboletas de cores variadas o que a transportara muitos anos antes, quando ainda era criança e brincava no jardim, sob o olhar atento da sua mãe.
Adorava aquele jardim, que para além de ter baloiços, escorregas e outras coisas das quais não sabia o nome, mas onde se divertia muito, tinha imensas flores, de cores muito vivas e variadas, onde esvoaçantes borboletas gostavam de pousar.
Numa dessas manhãs quentes de verão, saltitava ela entretida com as flores, quando uma diferente de todas as outras lhe despertou a atenção. Aproximando-se cheia de curiosidade, viu surpresa, que se tratava de uma bela borboleta. Como ficara fascinada...como a desejou ter para ela... e passando do desejo ao acto, aproximou-se ainda mais e muito lentamente de mão estendida conseguiu agarrá-la correndo célere para a mãe mostrando o seu achado.
A mãe, olhando a menina com os olhos brilhantes e toda agitada pelo achado, com aquela voz tranquila e doce, que lhe fazia sempre lembrar o aconchego da mantinha no inverno frio, disse-lhe:
─ Minha filha, repara nesse pozinho que se está a agarrar aos teus dedos. É o polen das asinhas da borboleta. Ela é um ser tão belo quanto frágil e enquanto a seguras tiras-lhe o que lhe faz falta para voar de novo. Liberta-a filha, deixa sempre livre o que amas.
Assim fizera e, a borboleta depois de um bocadinho na sua mão, agora liberta, voara.
Sim, hoje entendia perfeitamente aquela lição de sua mãe, pensou enquanto nos seus lábios se desenhava um sorriso trazendo-a de novo à realidade .
Passava junto de uns simples mas belos malmequeres brancos e amarelos, sobre os quais esvoaçavam borboletas de cores variadas o que a transportara muitos anos antes, quando ainda era criança e brincava no jardim, sob o olhar atento da sua mãe.
Adorava aquele jardim, que para além de ter baloiços, escorregas e outras coisas das quais não sabia o nome, mas onde se divertia muito, tinha imensas flores, de cores muito vivas e variadas, onde esvoaçantes borboletas gostavam de pousar.
Numa dessas manhãs quentes de verão, saltitava ela entretida com as flores, quando uma diferente de todas as outras lhe despertou a atenção. Aproximando-se cheia de curiosidade, viu surpresa, que se tratava de uma bela borboleta. Como ficara fascinada...como a desejou ter para ela... e passando do desejo ao acto, aproximou-se ainda mais e muito lentamente de mão estendida conseguiu agarrá-la correndo célere para a mãe mostrando o seu achado.
A mãe, olhando a menina com os olhos brilhantes e toda agitada pelo achado, com aquela voz tranquila e doce, que lhe fazia sempre lembrar o aconchego da mantinha no inverno frio, disse-lhe:
─ Minha filha, repara nesse pozinho que se está a agarrar aos teus dedos. É o polen das asinhas da borboleta. Ela é um ser tão belo quanto frágil e enquanto a seguras tiras-lhe o que lhe faz falta para voar de novo. Liberta-a filha, deixa sempre livre o que amas.
Assim fizera e, a borboleta depois de um bocadinho na sua mão, agora liberta, voara.
Sim, hoje entendia perfeitamente aquela lição de sua mãe, pensou enquanto nos seus lábios se desenhava um sorriso trazendo-a de novo à realidade .
foto de Google
26 comentários:
Libertei-a...e fiquei vazio!
Sempre gostei de borboletas, mas nunca apanhei nenhuma...
Também gostei do teu texto. Bem contada e com a chamada moral da história.
Bom resto de semana,
Beijinhos.
Para «mitro»
Preocupa-me que precises de ter alguem (ou alguma coisa) preso para te sentires cheio!
O grande problema do mundo é que há muita gente assim.
Luís
Mais importante do que ter o entendimento, tu tens a sensibilidade da verdade!
Um beijo!
Luís
O verdadeiro amor é assim. Livre com asas para voar e ser pleno. Nós é que somos egoístas e queremos sempre o amor-perfeito e sem asas para voar, preso, imperfeito portanto...
A foto é sublime minha querida amiga
Abraço daqui junto ao mar das memórias.
O amor verdadeiro e puro é aquele em que és livre e deixas ser livre.
Bjinhos
Essa lição me cala fundo! Amar de verdade é deixar livre o objeto do amor...e fazê-lo florescer e dar frutos. Amor que sufoca, é doentio e tem um final sempre triste...(e não é Amor, na verdade...).
Belo texto.
Beijo meu!
Dora
Esperando não vir espalhar o "vírus", apenas digo que o conto é muito bonito.
Cumps.
Vou praticamente repetir o que o Nilson escreveu, mas é verdade, sempre goste de borboletas, mas nunca capturei nenhuma.
Gostei muito do texta e a foto é linda!!!
bjs
Muito bacana seu texto..."deixa sempre livre o que amas"!
Isso realmente é fundamental nessa vida, pena os nossos apegos.
...e que viva a liberdade!
Beijinhos
Um texto rico em todos os sentidos, minha querida amiga!
Toca-me sempre a emoção tuas palavras. Obrigado.
Um beijo afetuoso.
Cara Teresa,
Um texto de um lirismo simples que nos atrai, além de vir expresso numa também atraente e agradável escrita. É uma pena que não exercites com frequência a prosa, pois já destes prova de a manejas tão bem quanto a poesia. E nela, como nesse texto, há, como já disse, poesia. Um beijo e uma excelente semana.
Queremos sempre ter o que apenas o que os olhos podem agarrar. Tão terno este teu texto!
bjs
Sentir a liberdade é sentir confiança...
Mas o ter alguem, nos preenche...
Doce beijo
Férias...?
Bem merecidas.
Beijinhos.
Vazio nunca seremos enquanto amor houver.
Liberdade é amor...
Mesmo que vez ou outra a vontade seja forte (=
Lindas palavras dona moça.
:*
Amar é deixar ir...
Adorei.....parabéns!!!
E a sensibilidade da existência nos inebria. borboletas são reflexos de beleza de pureza.
Lindo texto
^^
Beijos
Descobri que não existe felicidade extrema na vida de um ser humano se ele não tiver um grande amor.
Já fui "Apenas Palavras" depois "A Minha Louca Paixão" e agora "O Fôlego de um Homem" no entanto os meus amigos, aqueles que se distinguem pela qualidade daquilo que escrevem nunca me serão indiferentes nem deixarei de os ler, pois a tua escrita dá-nos coisas lindas e maravilhosas, gosto dos teus textos e a forma como escreves, dentro do pouco tempo que tenho é um dos cantinhos que eu gosto de visitar.
Boa semana,
Beijo
O problema é que muitas vezes da-mos liberdade a quem ama-mos e depois essa mesma pessoa nos prende :)
Jinhos
Só a liberdade consegue manter abertas as portas do amor.As borboletas simbolizam a transformação que ocorre para os corações que se abrem.Muito lindo...
Oi, amiga: que bom é a liberdade, hein? A liberdade tando de pássaros, como de borboletas e tb a do ser humano. Que bom alçar vôo e ficar livre como tantos, não é mesmo?
Um beijo liberto...
Adorei o conto! Envolvente e com uma imensa lição de vida. De sentido puro e privilegiado.
Grande abraço e obrigado pelo carinho e constância ao Oficina.
Bjs
Luiz Carlos
Gostei imenso desta parábola sobre borboletas e pózinhos..Valeu o momento
Fica bem
Marisa
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