
Livre e descuidada, a menina curiosa, observava tudo e todos à sua volta e questionava-se.
Ainda não era capaz de juntar aqueles sons todos que ouvia e lhe eram dificeis de entender.
Olhava com toda a atenção para as outras crianças maiores que mexiam os lábios e mexia os seus, embora sem qualquer sentido prático.
À medida que ia juntando acordares, os sons começaram a fazer-lhe sentido. Experimentou pedir ajuda à língua, aos lábios, à garganta aos seus dentinhos mágicos e...o milagre da fala nasceu!
Que alegria, que liberdade, que prazer equilibrar-se nos sons, experimentar o espanto na cara dos adultos...a menina fala, olha que linda, olha o biquinho dela.
Finalmente já podia perguntar as coisas que lhe bailavam na mente e estavam por ali guardadas à espera de sairem.
E perguntava, perguntava, mas...Esta alegria seria sol de pouca dura. Os adultos não gostavam de perguntas.